Hoje várias cidades brasileira comemoram o dia nacional do grafite, homenageando Alex Vallauri que morreu em 26 de março de 1987 e foi homenageado no dia 27 pelos seus amigos que fecharam e grafitaram o túnel da Avenida Paulista. Para que essa data não passe em branco vários grafiteiros de João pessoa se reúnem hoje na Av, Epitácio pessoa, próx ao quartel de engenharia, para realizar a grafitagem de um mural e colorir a pele da cidade.
Biografia de Alex vallauri
Alex Vallauri (Asmara / Etiópia, 1949 – São Paulo, 26 de março de 1987), grafiteiro, artista gráfico, pintor, desenhista, cenógrafo e gravador. Mesmo tendo nascido no continente africano tem nacionalidade italiana.
Veio para o Brasil (cidade litorânea de Santos – onde treinou a técnica da gravura retratando as pessoas no porto de Santos – e mais tarde para a capital paulista) com a família no ano de 1965. Formado em Comunicação Visual pela Fundação Armando Álvares Penteado (instituição em que alguns anos mais tarde ministrou desenho), se especializou em Artes Gráficas no Litho Art Center na Suécia. Estudou desenho no Billy Accioli na Inglaterra e freqüentou o Pratt Institute nos Estados Unidos (estudando Artes Gráficas e fazendo grafites nos muros da cidade).
De volta ao Brasil, deu continuidade aos grafites em espaços públicos, desta vez nos muros de São Paulo. Ao mesmo tempo estudou novas maneiras de aplicações de gravura, como a xerografia. Pioneiro na arte do grafite no Brasil, Alex usou outros suportes além dos muros urbanos; estampou camisetas, bottons e adesivos. Para ele, o grafite é a forma de comunicação que mais se aproxima do seu ideário de arte para todos.
Seu interesse por objetos kitsch fez com que, em meados dos anos 70, passasse a fotografar painéis de azulejos, pintados nos anos 50 e colados nas paredes de restaurantes de São Paulo. Seus registros fotográficos resultaram no vídeo Arte para Todos, mostrado na Bienal Internacional de São Paulo em 1977.
Para outras documentações envolvendo a decoração kitsch passou a observar e registrar embrulhos de papel de confeitarias, padarias e outros tipos de comércios. Iniciou uma coleção de carimbos de uma fábrica com desenhos da década de 50. Totalizando uma coletânea de 400 carimbos, Vallauri compôs suas obras utilizando esses carimbos em outras novas técnicas experimentadas por ele. As imagens apresentadas em seus trabalhos eram de simples e rápido entendimento, pois ele acreditava que uma vez expostas em meio ao caos da cidade, as imagens deveriam ser de imediata compreensão.
No final dos anos 70, o grafite de uma bota preta, de salto fino e cano longo, foi um dos trabalhos do artista – produzido e inserido na paisagem urbana – no anonimato. Na mesma época, enviou para artistas e amigos uma seqüência de postais manufaturados que consistiam em cópias de cartões postais, contendo edifícios históricos da cidade, com a intervenção do carimbo da bota preta sobreposto aos arranha-céus e com frases sobre a invasão da bota na cidade. Apropriou-se também de imagens das histórias em quadrinhos e da história das artes.
Interferência Urbana-Grafite é uma documentação áudio-visual resultante de um trabalho seu de três anos apresentado na Pinacoteca do Estado de São Paulo em sua individual intitulada: Muros de São Paulo.
Ganhou, em 1981, o prêmio Arte Comunicação da Associação Paulista de Críticos de Arte, pelo conjunto de sua obra. As grandes características do trabalho de Alex Vallauri é o interesse de resgatar o passado, o apropriar-se das imagens, a recontextualização dos significados e as intervenções no cenário urbano.
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